Sessão 1: A Convocação

Apos ser convocado para participar de uma missão, por uma pessoa pela qual não se identificou, fui designado a ir para fora da cidade, o Circulo, assim é chamado esse local e assim começei a trabalhar para o tal chefe, agora a minha missão começa.

Sessão 1: A Convocação

Apos ser convocado para participar de uma missão, por uma pessoa pela qual não se identificou, fui designado a ir para fora da cidade, o Circulo, assim é chamado esse local e assim começei a trabalhar para o tal chefe, agora a minha missão começa.
Bryan Ville Nome: Bryan Ville

Idade: Aparentemente 26

Em processo de criação.

Aguarde...

Fim de noite.

Postado por Jack Daniels

Quando a dor se torna suportável, eu olho ao redor procurando o maldito desgraçado q me fez voar pela janela. Morto. Merda, lá se vai minha vingança... Tento me levantar, ta difícil. Velho mole! Num quebrei nem um osso e não consigo me levantar!
O mecânico ta conversando com alguém. Um moleque. Se tiver 15 anos tem demais. Peço ajuda pra me levantar, o garoto hesita, mas vem. De pé eu vejo o lamina carregando um cara. Deve ser o confusão. Achei que ele tivesse morrido. Parece que a sorte não esta somente do meu lado essa noite. Os garotos brigam por causa do Tony ter sido morto. O lamina diz que tava faltando fazer certas perguntas. Eu reclamo por ter sido rápido demais. O bastardo me fez voar pela janela! Não fico muito no assunto, nem eles, logo passam a discutir sobre o que fazer com o menino. Eu dou a idéia de droga-lo... talvez tenha sido a imagem do meu filho, me deixou mole, ou talvez eu só esteja ficando velho e sentimental, o importante é que eu não queria matar a criança.
Fico sabendo que agente conseguiu dois endereços, um bar e uma ponte. No bar agente pegaria um cara com a mercadoria a ser vendida. O lamina volta a criticar a precipitação do mecânico, “quem ele vai pegar no bar? Ah é. Ele não pode falar. ELE TA MORTO!”. Heh. Foi engraçado. O mecânico responde com um gesto fálico. O menino ri. Pouco sábio da parte dele, ninguém ri de uma pessoa com uma arma, a não ser que você tenha uma arma melhor. E o lamina parece saber, burrice é premiada com bala.
Nós discutimos um pouco sobre a necessidade do tiro dado na cabeça do menino. Era a melhor solução sem duvida. O moleque viu tudo, tinha que morrer. To ficando velho mesmo, me preocupando por que um garoto morreu.
Voltamos pro carro, o punk que nos guiava não tava mais lá. Em compensação, o confusão tava tão quebrado que sentado ocupava mais espaço que o punk. Agente anda um pouco quando o mecânico resolve fazer os primeiros socorros. Tava na hora! Ta certo que na frente do confusão eu tava quase novo, mas porra! Ainda dói!!! A voz nos avisa que só temos meia hora até a hora da entrega. Era só o que tava faltando, eu sou baleado, esfaqueado, atacado com um taco, arremassado pela porra do parabrisa de um carro, e essa voz de merda vem me apressar na hora que resolvem
Nós conversamos sobre como entrar no bar. Estávamos coberto de sangue, suor e pólvora. A idéia que surge é um de nos entrar, o que mais parecer com um cara da gangue, avisar que a turma do Tony foi atacada e que agora ele iria dirigir.
Chegamos no bar, do lado de fora carros antigos e motos. Um neon pisca sobre a porta “Kily’s bar cabaret”. Eu sei que o plano era entrar só um, mas eu tava precisando de um trago. Começo a ir em direção ao bar, o mecânico me acompanha. Ele se mistura com uma escoria assistindo mulher espetacular que faz um strip no palco. Hmpf. O dono desse bar deve ser muito rico, fazer uma mulher daquelas é muito caro, e se ela nasceu daquele jeito, ele é um cara de sorte. Eu me dirijo ao balcão, não sem antes olhar pra dançarina de novo.
O confusão começa a parte dele do plano, grita no meio do bar que os caras foram atacados, e que os atacantes estão vindo pro bar. Face-palm. Eu pensei que ele fosse procurar o cara da entrega, não criar confusão no meio do bar. Merda, velho burro. Com um nome desses eu devia ter me tocado antes. Lá se vai meu trago. Timing, esses jovens de hoje tem q estudar timing!
Eu tento procurar alguém suspeito no meio da multidão que sai do bar apavorada. Vejo um cara estranho, ruivo, vestindo roupas chamativas demais, óculos escuros numa casa escura e cheia de mulheres peladas. No meu tempo, agente sabia aproveitar uma boa nudez, afinal o objetivo de marcar um encontro de negócios numa casa de meninas acessíveis é unir o útil ao agradável. Ele sai carregando uma valise de metal. Tem que ser nosso homem.
Eu aviso pro lamina que ele esta saindo, como ele esta vestido espero que ele consiga intercepta-lo. Enquanto isso tento confirmar a identidade do cara com uma garçonete. Não deu em nada. Essas garçonetes debares de strip. No meu tempo, elas tinham q saber tudo sobre os clientes pra poder maximizar o lucro, agora a mulher não sabe dizer nem o que o cara pediu. Ambição é o que falta nessa geração. Eu vou pra fora do bar.
Do lado de fora, o lamina ta segurando apontando uma arma pro cara, e já se apoderou da valise. Ótimo. Uma multidão sai dum bar com medo pra encontrar um cara coberto de sangue, apontando uma arma pra um palhaço. Suave. Discreto. Não fosse a multidão olhando, ninguém teria reparado.
“Jhony meu amigo!” e me apoio nele. Algo precisava ser feito, se eu fingisse ser amigo dele talvez os passantes não dessem importância. Aproveito que estou tão perto dele e revisto ele atrás de armas. Um disparador de agulhas. Porra. Uma merda de um disparador de agulhas! Se vai andar armado anda armado feito homem porra! Usar arma de costureira! Essa geração de marginais ta perdida mesmo.
Ele ta sem óculos, e parece muito tranqüilo. Olho de novo, ele ta drogado. Dentro do carro, ele faz comentários perdidos, diz que ele vai vender os planos pra yakuza. Se eu tivesse conseguido parar o carro do Tony nós não teríamos problemas em ir buscar o dinheiro da yakuza também. Nosso contratante faz uma copia do DVD. Eu pergunto se ele tem um DVD do Sydney Magal. O plano seria entregar o Sydney no lugar dos planos certos. Ele tem um DVD falso preparado. O desgraçado. Ele afirmou depois que o resto do nosso pagamento sairia dos bolsos dos japoneses.
Eu não tenho nada contra sacanear os japas. Serio. Nada contra mesmo. Eu não gosto é de ser enganado com uma promessa de pagamento que envolve sacanear uma das mais respeitadas organizações criminosas dos últimos 600 anos. Da ultima vez que eu lidei com a yakuza todos os meus colegas acabaram mortos. Eu até queria dizer que foi por isso que eu perdi os braços, mas não foi nada tão heróico.
Na ponte, que chegamos atrasados, os kobuns já estavam do lado de fora do carro deles, havia um velho dentro do carro.velho! olha quem ta chamando quem de velho! O cara ta num carro bom, tem subordinados e eu to num fusca fudido com 3 garotos que são meus parceiros de trabalho. Isso é que é uma vida de merda.
A negociação se da sem problemas. Agente entrega um disco falso com uns papeis quaisquer e eles nos entregam o dinheiro. Perfeito. Até que agente entra no carro, e vem o som. Parecia que alguemtinha atiradop no microfone no meio do “Rock the earth 2030”. O motorista da yakuza morreu com as mãos no volante. BAAAMM! Outro tiro e um dos caras que foram pegar o dinheiro cai. Nós não ficamos para ver o terceiro tiro. Agente tinha ido pra morte certa com a merda da yakuza! Eu espero que todos eles tenham morrido e que ninguém venha atrás da gente. Depois resta o problema do jhony. Ele não pode sair vivo, ele viu agente, e se a yakuza pegar ele agente ta lascado. Eu tento fzzr um movimento pra pegar ele, mas ele é chutado pra fora do carro pelo mecânico. Ele leva também uma arma e atira na gente. Aparentemente ele roubou a arma de algum dos moleques.
Voltamos pro armazém, temos de devolver o equipamento que nos foi dado. É uma pena me livrar daquela arma. É uma boa arma. Mas tudo bem. Voltamos pro carrinho elétrico. O mecânico negocia o fusca com a voz, e acaba ficando com ele. Garoto esperto. Só tem uma gangue e a YAKUZA atrás daquele carro, sem falar na porra que tava atirando na gente, na ponte.
Voltamos pra cidade, peço pro lamina me deixar perto de um hospital. Ficando velho mesmo. Nos bom tempos, eu teria ido gastar o dinheiro do trabalho. Agora, to indo me recuperar depois de uma noitizinha de trabalho.
Pelo menos, eu voltei 3000 dolares mais rico. deve da pra segurar ate a semana que vem.

A Quadra.

Postado por Jack Daniels

Eu, o confusão, o lamina negra e o mecânico. Carro lotado. Nós mais o punk alcagüete. O carro ta lotado e fedendo. Um cheiro de sangue seco e suor. O punk nos guia ate uma quadra, diz que lá os parceiros deles se reúnem antes de partir pro trabalho.

O mecânico fica no carro com nosso pequeno refém. Eu vou para um lado. Confusão vai para o outro. O lamina fica meio perdido, se ele era para ser nossos músculos, ainda bem que me chamaram para essa bagaceira.

Na minha cabeça o plano era obvio. Eu ia por um lado, confusão ia pelo outro, nós rendíamos os caras na base da surpresa. Simples, mas essa juventude de hoje não consegue mais andar em silencio. O confusão é tão discreto andando quanto um opala com o cano de escape furado. Ele ainda tenta conversar alguma coisa. Mas o tempo e passa e a lei não muda. Burrice é premiada com bala. Eu escuto tiros. Chego no final da parede, olho para quadra, estão todos atirando na direção do confusão q ta tentando voltar pra de trás da parede. No que ele tava pensando? Ele tava muito exposto!

O cara que bate com a descrição do líder liga o carro dele. Ele gastou algum dinheiro com aquele carro. Pelo menos na parte de fora. Eu espero que ele não tenha comprado vidros anti-impacto.
No momento que o carro passa por mim, eu me jogo do lado pela janela. Entrada perfeita. Sou recebido do lado de dentro por 3 tiros. Todos erram. Velho sortudo. 5 vezes seguidas na mesma noite que a sorte me salva. Eu devia ter pensado melhor nesse plano, mas qual era minha outra opção? Esperar q um fusca emparelhasse com aquele carro? Eu não sabia nem se ele tinha alterações de motor.

De novo eu tava sozinho fazendo o que importa. Esse jovens perdem o foco muito fácil. Aposto que naquele momento o confusão e o lamina tavam fazendo a carnificina com peões enquanto o motivo pelo qual nós viemos a quadra dirige pra longe! Merda, to ficando velho para isso. E um desses tiros passou muito perto da minha cabeça.

Quando as balas dão um tempo, eu tento imobilizar o motorista, enquanto isso eu atiro no filho da mãe que ta pendurado pela janela. Ele poderia ter sido eu. Se eu tivesse pulado 1 segundo antes ou depois eu estaria nessa situação, como um porco esperando pelo abate. Meto duas balas nas costas do animal. Menos um pra me criar problemas. O motorista tenta uma luta. Inútil, ele só não morreu ainda por que agente precisa de informação.

Uma Luz surge no retrovisor. Um tiro. Puta que pariu tão atirando na porra do carro! Eu to aqui dentro seus animais! Tão querendo me ver morto?! o cara mira o carro num poste. Puta merda. Ele ta de sinto, eu não. eu puxo o freio e mão, sem soltar a garganta do infeliz. O carro diminui a velocidade. Não o suficiente.

Lá vou eu pelo parabrisa . Puta merda. Por um momento eu achei q o carro tivesse aquela espuma restritiva. Piada. A porra do carro tinha uma merda de air-bag! Eu tentei me segurar pelo pescoço do infeliz, mas minha mão escorrega. Isso é que da um velho fazendo um trabalho de menino. No meu tempo, eu teria conseguido render o desgraçado antes dele ter essa porra dessa idéia brilhante de se jogar num poste!!!

Fazia tempo que eu não era jogado por uma janela de um carro. Dói. Dói muito. Mas o que dói mais não é o impacto contra o vidro. É acertar o chão coberto de cacos de vidro e atordoado. Eu vejo o fuças parando do lado das ferragens. A visão escurece. Os sons ficam distantes. Eu apago.
A imagem do meu filho me vem a mente. A primeira vez que eu fui arremessado por um parabrisa foi quando eu estava indo pro parto dele. Ele nasceu muito magro. Foi pra UTI. Eu também. Foi uma das poucas coisas que agente fez junto.

Quando eu conseguir me levantar, esse bastardo vai sentir uma previa do inferno!

A casa

Postado por Jack Daniels

Dor. A única palavra q vem na minha cabeça agora. Uma maldita dor no meu abdômen. Velho inútil, no meu tempo eles não teriam chance de chegar perto de mim. A voz fala alguma coisa de um ajudante. Merda. O carro ta lotado porra! O mecânico dirigindo, o lamina no banco da frente, e eu deitado no banco de trás.
Chegamos na esquina no endereço que o cara deu. É uma casa grande. Tem pelo menos uma câmera de segurança e cachorros, de acordo com o mecânico. O tal ajudante chega, me forçando a me levantar. Dor. Agente planeja o melhor jeito de entrar na casa. Minha idéia é recusada por que demoraria muito tempo. Esses moleques querem tudo na hora, nem um deles tem paciência. Resolver jogar carne pros cachorros, o mecânico quem vai comprar a carne, peço pra ele me trazer uma cerveja, só pra ajudar com a dor. 
De volta pra casa, o mecânico joga a carne num lado do muro e nós nos preparamos para pular do outro. O lamina ajuda a mim e ao cara novo a pular o muro. Até agora sem problemas, os cachorros parecem estar ocupados, e os caras não perceberam nossa presença. Até que o lamina tentou pular o muro. Tão discreto quanto um elefante pintado de rosa! Acho que ele derrubou um pedaço do muro!
Movimentação do lado de dentro da casa, as luzes se apagam. Eu corro pra janela. A primeira coisa que me passa pela cabeça é tentar pular pela janela. Mas eu já não tenho vinte anos, não sei se eu conseguiria me livrar de todos eles sozinho. Tento dar a volta na casa, vejo que o cara novo – que foi apresentado como confusão – ainda tentou disparar pela janela, o lamina ta brigando com o muro. Deve ter outra janela pelo outro lado da casa.
Encontro minha entrada, tento entrar silenciosamente por ela, contando com a distração que o confusão e o lamina tão fazendo na outra janela, mas um deles me nota. A sala ta escura, eu consigo ver três deles. Um no cantinho da sala, se cagando de medo, um num sofá, e o outro na janela atirando pra fora. O cara do sofá foi o q me notou. Eu tenho que ser rápido, corro pra cima do cara no canto. Ele atira em mim, mas erra. Velho sortudo. Imobilizo o da ponta e o uso como escudo contra os outros dois caras. Não achei que eles fossem matar os próprios amigos. O desgraçado do sofá acertou um tiro em cheio nos peitos do meu refém, eu já tinha quebrado a traquéia dele, mas ele ainda tava vivo. Menos mal, agora pelo menos ele para de se contorcer. 
2 tiros. É o que eu preciso. Os moleques caem mortos, mas eu n fui rápido o suficiente, um deles acertou dois tiros no meu braço. Minha prótese é resistente. Mas vai custar caro pra concertar os arranhões. Velho lento, podia ter evitado esse prejuízo. Quando todos os punks dessa sala estavam mortos, o confusão entrou pela porta da frente. Ele fedia a cachorro morto. Nós encontramos um corredor, do outro lado os defensores montaram uma barricada e estavam atirando em nós. Eu pego outro corpo pra servir de escudo, e entro num cômodo que esta com a luz acesa no meio do corredor.
Acertam um tiro no corpo que eu to carregando, um facão passa do lado da minha cabeça. Eu me viro e vejo um cara grande. Me fez lembrar do Ganso, um antigo companheiro de treinamento do academia do mestre Parr, não podia matar um cara desses com uma arma, seria desonroso demais. Com sorte, ele era tão burro quanto Famoso Ganso. Enquanto tiros passavam no corredor, eu finto um movimento para esquerda. Ele tenta se antecipar, e perde um pouco do equilíbrio. Enquanto ele tenta se recuperar, o confusão entra na sala e esbarra em mim. Vê o grandalhão e mete uma bala na cabeça dele. Desgraçado,ele era meu! Ninguem mais respeita os mais velhos! Ou pelo menos a ordem de chegada!
Do lado de fora, os tiros pararam. O que da pra escutar são gritos de dor, o próprio confusão parece ta muito mal. Pelo fone agente escuta o lamina interrogando alguém. Não presto muita atenção to precisando de álcool. O cansaço e a dor batem de uma vez quando a adrenalina passa. Encontro a cozinha, um dos caras ta tentando fugir pela janela. Pergunto pra ele onde eles guardam o álcool. Tenho cuidado pra não esmagar o pescoço do garoto. Vodka. Eles só tem vodka. No meu tempo agente sabia o que era bom... Velho mestre Parr sempre dizia que uma bebida que não teve pelo menos 8 anos de preparo, não pode prestar.
Depois de algumas perguntas, algumas ameaças e algumas promessas, o cara diz que a turma dele tinha sido contratada só como entregadores, que o líder tinha ido se encontrar com os outros numa quadra e que ele nos levaria lá, se ele não fosse morto. Antes de sair eu consigo umas bolinhas de speed Ball... talvez eu consiga algum lucro com isso depois. 
Voltamos pro carro... já não da mais pra me deitar, o carro ta ficando cada vez mais lotado. Logo logo agente vai ter que roubar uma van.

Dinheiro fácil

Postado por Jack Daniels

Já tinha algum tempo que não surgia um trabalho para mim. Nenhum cover em barzinhos, nenhum musico necessário em festas. Então quando o Big Five me chamou para tocar com eles, não tive muita escolha. O pagamento seria pouco, pelo menos me deram uma garrafa de whisky pra beber nos intervalos entre as musicas. 

Eles até tocam bem, pra quem teve o conhecimento inserido no cérebro por um chip. O bar, era um desses lugares para saudosistas, tentando recriar uma atmosfera que esta morta há mais de um século. É um lugar legal. No meu tempo de iniciante, as espeluncas em que tocávamos não tinha condições nem de refrigerar o ar. O show estava indo bem, whisky, musica boa, mulheres com cigarros com piteiras. Ate que no fundo do bar um homem, muito bem inserido na atmosfera do bar, me encara.

Ele esta vestindo uma camisa branca com listras, calças com suspensórios, aquelas tarjas no braço. Ele mesmo era um negro alto, largo, parecia um maldito armário. Durante o intervalo do show, ele me chama, avisando que tenho uma chamada em espera.

No balcão, ele me passa o telefone. Era um aparelho saudosamente grande, com um disco no lugar do teclado, e um fio ligando o fone e o microfone ao aparelho. Não era a primeira vez que eu tocava naquele lugar. Não era a primeira vez que eu atendia aquele telefone. Mas ainda assim ver aquele aparelho do pré- guerra funcionando era incrível.

A voz q saia do fone era masculina, obviamente passada por um filtro eletrônico, meio sem expressão ou emoção. Um contratante. Ele me pediu para verificar minha conta e explicou que 1500 dólares haviam sido depositados na minha conta como adiantamento para um serviço de guia. E que um carro estaria a minha espera em dois minutos e 45 segundo na esquina do Bar. No meu tempo, o contratante era esperto o suficiente pra mandar o mediador falar.

Dois minutos depois eu estava do lado de fora do bar, com uma garrafa de whisky enrustida, e uma valise com meu sax. Eu ainda pensei em me explicar pra banda, mas era muito dinheiro, em pouco tempo. 
No tempo exato dado pela voz um carro chega à esquina, dentro tem dois moleques. A voz diz q eu serei conhecido essa noite como Coltrane, é talvez ele não fosse tão burro assim. A voz explica também q eu seria uma espécie de guia no circulo. O carro tinha GPS. Esse ia ser o trabalho mais fácil da minha vida. O motorista seria o Lamina negra, apresar de tudo nele gritar vermelho, tinha uma aparência de filinho de papai, muito limpo, muito arrumado, devia ter no máximo uns 23 anos. Nessa idade eu já estava casado, quase me separando. O outro cara seria conhecido como mecânico, ele ainda estava sujo de graxa e usando o macacão jeans típico dessa profissão.

Os dois me recebem me chamando de velho, é o nosso contratante tinha um senso, os meus “companheiros” não tinham noção do perigo. Não se desrespeita alguém que você não conhece quando ele esta diretamente atrás de você. Não me importei muito por causa do dinheiro, e também por que desde q eles não me chamassem pelo nome, eu estaria seguro.

Saímos da cidade sem problemas, começamos a seguir o GPS quando eu reparo que a rota marcada nos levaria por dentro de um ponto de revendas de drogas e armas, e uma maldita arena de lutas clandestinas. O cara que programou essa rota nunca deve ter vindo por essas bandas. Eu faço umas alterações na rota e nos chegamos a um galpão. Trocamos de carro, ganhamos equipamentos, e roupas. Os dois moleques parecem formigas em loja de doce. Correm para os equipamentos e vestem logo uma blusa, uma jaqueta preta e uns óculos com lentes laranja. Tão bonitos, parecem até os porras dos Power rangers! Se nos três formos passear pelo circulo todos vestidos iguais vamos acabar com mais balas nas nossas costas do que o Pablo Escobar. Eu uso a blusa, era uma daquelas a prova de balas, deixo a jaqueta lá. A voz explica nosso objetivo, interceptar uns segredos de uma companhia de computadores que vão ser vendidos.

Todos ganhamos armas, eu ganhei um .44 alterada. No meu tempo, eu conseguia atirar com ela e controlar o coice. Agora com esses braços artificiais, eu ate sinto saudades do recuo. O carro era um fusca, com motor a combustão. O mecânico fica muito animado com o carro. Animado demais, se nos ganhamos armas esse carro vai voltar mais furado que queijo suíço, se ele voltar.

Nossa primeira parada é num bar falar com um cara que sabe das coisas. É incrível, os anos passam as pessoas mudam, mas o cara que sabe das coisas ta sempre no bar, talvez por isso eles saibam das coisas.

No bar, o mecânico vai logo falar com o cara, apesar de não ter sido esperto, ele não parecia tão deslocado no bar, ao contrario do lamina, que ficou meio perdido na porta do bar. Eu pedi um copo com gelo, ainda tinha q acabar minha garrafa de Scott- não faltava muito – e fiquei observando o progresso do mecânico. O cara o despachou para falar com uns três brutamontes no fundo do bar. Aquilo vai dar merda. Eu tento me aproximar do cara, ele ta jogando sinuca, eu peço pra entrar no jogo. Depois de duas tacadas o cara se retira, eu tento segui-lo, mas um dos amigos dele me segura pelo braço.

Eu conheço quatro saídas para essa situação. Três só me soltam. A outra quebra o braço do cara. Ele não vai escrever com aquela mão por um tempo. Eu quebro o nariz dele contra a mesa de sinuca e começo um interrogatório. Percebo dois colegas deles vindo cada um por um lado. Merda, vou ser interrompido. Eles chegam perto com tacos de sinuca, o primeiro tenta me acertar eu uso o colega deles como escudo. O taco quebra na cabeça do moleque, ele não vai falar mais nada hoje. Solto ele a tempo de desviar do golpe do segundo cara. Esse tenta me golpear de novo, eu aparo o golpe e arremesso ele contra o colega dele. Era pra ter derrubado os dois, não deu. O cara ainda de pé me acerta uma estocada, eu tento segurar a arma mas não consigo. To ficando velho mesmo. Eu o imobilizo e o deixo inconsciente. Mas o golpe que ele acertou ainda ta doendo. 

Quando eu to me encaminhando pra saída vejo q o mecânico tava apontando uma arma pro barman q tem uma Aranha nas mãos. Ele provavelmente salvou minha vida, se eu tivesse sido preso por aquela arma eu não teria escapado. Aviso pro homem que eu vou acertar as contas a modo antigo, quem perde paga.

O lamina aparentemente tinha corrido atrás do nosso homem, eu e o mecânico seguimos de carro o sinal do celular dele, chegamos numa esquina o cara ta acocorado sobre um corpo, atira em nos duas vezes, eu miro nele, quando estou pronto pra atirar ele vira a esquina. Viramos na esquina também somos recebidos por mais balas, tento mirar de novo nele, ele tentar pular o muro, eu acerto um tiro na perna dele, espero que ele tenha dinheiro pra comprar uma daquelas próteses. Eu pulo o muro também, quando aterrisso do outro lado, uma dor me sobe pela espinha, merda, to ficando velho demais pra isso. O cara tava escondido tentou atirar em mim, mas eu o vi antes e acertei a outra perna dele. Ele fala tudo que agente precisa saber, e eu o deixo inconsciente. O lamina pula o muro assim que o cara apaga. Ele escreve qualquer coisa e da um chute no rosto do cara. Depois ele me ajuda a pular o muro, ainda bem, pular o muro com essa dor nas costas seria muito difícil.

O cara tinha nos dado um endereço de uma casa onde nos encontraríamos as pessoas que fariam a entrega dos tais segredos. Eu me deito no banco de trás do fusca ainda com dor. 
Vai ser uma noite longa.